segunda-feira, julho 27, 2009

Look in the Yellow Pages under "S."



Superboy: Voando para Fora dos Quadrinhos

Smallville não é a primeira aventura do jovem Clark Kent fora dos quadrinhos, mas com certeza é a empreitada mais bem-sucedida. Em 1961, Whitney Ellsworth, editor da DC Comics e produtor da clássica série de TV com George Reeves, as Aventuras do Super-Homem (The Adventures of Superman, 1953-1957), desenvolveu o piloto Rajah’s Ransom baseado na história The Saddest Boy in Smallville, da revista Superboy #88 (abril de 1961) que seria o primeiro de uma série preliminar de doze episódios.

Escrito por Vernon E. Clark e pelo próprio Ellsworth e filmado apenas em três dias, o piloto narra um dia ensolarado na vida do jovem Clark Kent, na Smallville High School, ao lado de sua namorada Lana Lang. A trama foca na vergonha que um colega de classe de Clark sente pela profissão de seu pai, porteiro do teatro da cidade. Interpretado por John Rockwell, na época com 23 anos, Clark não era tão tímido e pacato como sua inspiração dos quadrinhos. Da mesma forma que George Reeves fez na primeira série de TV do Super-Homem, Rockwell trouxe elegância e presença de palco para a identidade secreta do Superboy. Escolhida a dedo por Ellsworth, Bunny Healing ganhou o papel de Lana Lang. Diferente de todas as versões posteriores e de sua versão original nos quadrinhos, essa Lana já aparece como namorada de Clark, mas, obviamente não sabe de sua vida dupla - apenas a mãe do herói, a viúva Martha Kent (Monty Margetta), divide o segredo com o filho.

Apesar do esforço de Ellswroth, o piloto nunca foi ao ar e os demais episódios da série , apesar de escritos, não foram produzidos. O motivo da recusa foi puramente comercial. No verão de 1962, a Kellogs, que patrocinava a série com George Reeves, declarou que não tinha interesse no seriado do Superboy, pois ainda estava lucrando muito com as reprises da série do Super-Homem. Isso frustou as tentativas de Ellsworth de produzir uma continuação para As Aventures do Super-Homem, mas não o excluiu das adaptações de quadrinhos, já que ele foi consultor da série Batman com Adam West e Burt Ward.

Em 1966, o Superboy, finalmente chegou às telas de TV, na série animada da Filmation As Novas Aventuras do Super-Homem. Com animações sofríveis, o desenho apresentava dois segmentos distintos: o primeiro com as aventuras do Homem de Aço em Metrópolis e o segundo com as peripécias do Garoto de Aço e Krypto, o Super-Cão, em Smallville. Produzidos por Lou Scheimer, Norm Prescott e Allen Duconvy, os episódios eram baseados diretamente nos quadrinhos da época e apresentavam histórias escritas pelo editor da revistas em quadrinhos do Super-Homem Mort Weisinger e desenhos inspirados nos artistas Wayne Boring e Curt Swan.

Esse desenho animado chegou ao Brasil nos anos 60 quando foi exibido pela TV Paulista (atual Rede Globo) no famoso progrma Zaz-Traz. Nos anos 80, como parte do acervo comprado pelo SBT, essa série passou por todos os programas infantis da rede paulista e nos anos 90, foi atração matinal do canal por assinatura Warner Channel.


Passados 22 anos, o Superboy volta às telinhas. Buscando repetir o sucesso da série cinematográfica do Super-Homem, os produtores dos três primeiros filmes com Christopher Reeve e do filme Supergirl, Ilya e Alexander Salkind produziram a série de TV Superboy com John Haymes Newton no papel duplo de Clark Kent e Superboy. Usando altos recursos em efeitos visuais o primeiro ano da série teve 26 episódios e narrava as aventuras de Clark, Lana Lang (Stacy Haiduk) e T.J. White (James Calvert), filho de Perry White, na Shuster University, em Smallville. Contando com a participação do jovem Lex Luthor interpretado por Scott Wells, a série foi um prato cheio para os fãs dos quadrinhos.

Desenvolvidos por aclamados escritores e editores da própria DC Comics, os roteiros dessa série foram sem dúvida uns dos retratos mais fiéis do Super-Homem fora dos quadrinhos. O seriado contou com histórias escritas por lendas da indústria dos quadrinhos: Mike Carlin, Andy Helfer, Denny O’Neil, Cary Bates, Mark Evanier, Stan Berkowitz, John Francis Moore e J. DeMatteis, entre outros. O próprio David Nutter, diretor do episódio piloto de Smallville e das séries Arquivos X e Millenium, chegou a dirigir três episódios dessa série.

Apesar do sucesso, o segundo ano teve várias mudanças, a começar pelo personagem principal. Com a imagem suja por ter cometido várias infrações de transito embriagado e pedindo aumentos de salário absurdos, John Haymes Newton foi substituído por Gerard Christopher. O personagem T.J. White foi cancelado, e no seu lugar, surgiu Andy McAllister (Ian Mitchell-Smith), um estudante oportunista. Lex Luthor também foi remodelado. Interpretado por Sherman Howard, que usou uma pesada maquiagem, dexaindo-o 20 anos mais velho, Luthor passou a ser um adulto e a série recebeu um novo nome: The Adventures of Superboy.

Mesmo com tantas alterações, a série continuou a ter uma boa audiência e um terceiro ano foi encomendado. Profetizando a série Arquivo X, Clark e Lana deixam a universidade e se tornam internos do Bureau for Extraordinary Matters (Departamento de Assuntos Extraordinários) em Capitol City. Nessa agência governamental, eles investigam estranhos fenômenos paranormais. Apesar de, cada vez mais apresentar participações menores do Superboy, a série continua a fazer sucesso moderado e um quarto e último ano é produzido. Ao todo, 100 episódios foram exibidos e a série é cancelada em 1992 por dois motivos: o fim da licença de uso dos Salkind e a proposta da Lorimar Television para a série Lois & Clark: As Novas Aventuras do Superman. Para muitos especialistas de televisão, o segredo que fez essa série resistir por tantos anos e por tantas mudanças mesmo com uma audiência moderada foi a presença da belíssima Stacy Haiduk, (SeaQuest DSV) no papel de Lana Lang.

No Brasil, a série Superboy foi exibida nos programas infantis do SBT em 1992 e foi anunciada em 1994, como uma nova atração pela Rede Record, mas nenhum episódio foi exibido até hoje.

Fabio Marques
Publicada originalmente na Revista
SCI-FI NEWS #60, outubro de 2002

segunda-feira, abril 27, 2009

Can I answer that in about five years?



Smallville: Construindo um novo Super-Homem


Com um sucesso cada vez mais crescente, a série Smallville, exibida pelo TheWB! e agora pelo SBT, ganha novos fãs e mostra que foi no passado das histórias em quadrinhos que os produtores buscaram sua maior fonte de referência para o seriado, como analisa para a revista SFN Fabio Marques, um dos grandes conhecedores da vida do Homem de Aço dentro e fora das telas.


Muito já foi dito e escrito sobre as vantagens e desvantagens de cada um dos universos DC, o anterior ou o posterior à Crise Nas Infinitas Terras, a série histórica da editora americana que reformulou e reestruturou o universo de seus super-heróis. Atualmente há um movimento nostálgico que mescla elementos do universo pré-Crise nas histórias atuais do Super-Homem. Foi nesse prisma que foi criada a série Smallville, que narra a vida de Clark Kent durante sua adolescência na pequena cidade do Kansas. Antes de ele se tornar o Super-Homem em Metrópolis. Algo como o Episódio I do Homem de Aço. A série, que é recordista absoluta de audiência em toda a história do canal norte-americano TheWB!, o mesmo que exibe Charmed e Dawson’s Creek, apresenta um personagem mais humano. Muito semelhante, inclusive, ao visto na minissérie Superman For All Seasons, escrita por Jeph Loeb em 1998 e, declaradamente, inspirado nas cenas da adolescência do herói mostradas no filme Superman, de Richard Donner.

Assim que chegou às telinhas, muitos fãs de quadrinhos caíram “matando” sobre a série, clamando que as histórias narradas não batiam com as histórias que eles conheciam dos quadrinhos, que muitos dos conceitos empregados lá eram blasfêmias. Sob um certo ponto de vista, esses leitores de quadrinhos estão certos, pois o Super-Homem que hoje habita as revistas em quadrinhos desde 1986, não conheceu Lex Luthor durante sua adolescência, definitivamente nunca foi amigo de Clark Kent como é narrado em Smallville. Isso tudo, contudo, é válido apenas nos quadrinhos publicados de 1986 para cá, pois na versão pré-Crise, tudo isso é verdade.

Desde sua primeira revista, em 1938, o Super-Homem teve várias origens e diferentes cronologias, da mesma forma que teve o vilão Lex Luthor. A primeira versão do Luthor, data de maio de 1940, na revista Action Comics #23, nessa história ele não era careca, na verdade, tinha uma vasta cabeleira ruiva e ele não era ainda o arquiinimigo do Homem de Aço, ele era apenas um cientista genial que planejava desafiar o super-herói com testes físicos e mentais apenas para provar sua superioridade. Até então aquele ainda era o primeiro encontro entre os dois. Exato um ano depois, na revista Superman #10 (maio de 1941), Luthor resurge, mas dessa vez totalmente careca.

Durante esses primeiros confrontos pouco era sabido sobre as origens e os motivos de seu ódio em relação ao Super-Homem. Mas com chegada dos anos 60, o Super-Homem começou a passar por pequenas correções e reformulações, e os editores acharam interessante contar como tudo começou. Assim na revista Adventure Comics #271 (abril de 1960), a origem do Luthor foi finalmente explicada: na sua juventude, ele era um fazendeiro em Smallville que vivia a sombra de seu pai e sonhava em se tornar um cientista. Ele era muito amigo do Superboy e colega de Clark Kent, mas não conhecia a segredo da dupla identidade. A amizade de ambos começou quando Luthor salvou a vida do Superboy dos efeitos de um meteoro de kryptonita. Em retribuição, o Superboy monta um pequeno laboratório para seu novo amigo.

Na tentativa de agradecer o gesto e selar a amizade, o jovem Luthor resolve desenvolver um antídoto para a kryptonita. Durante um dia inteiro ele se esmera na tarefa e tem sucesso, mas, por acidente, ele esbarra num frasco com ácido e incendeia o laboratório. Desesperado ele grita por socorro. O Garoto de Aço, em patrulha sobre Smallville, escuta o chamado e, com o seu super-sopro, apaga as chamas, porém mistura a fumaça com o antídoto de kryptonita. Quando a poeira assenta, Luthor está careca e enfurecido. Ele culpa o Superboy pelo ocorrido dizendo que o herói adolescente tinha inveja de sua inteligência. O Superboy pede desculpas, dizendo que foi um trágico acidente, mas isso não convence Luthor, que, obviamente, jura vingança eterna.



Em cada nova história narrada nas revistas do Superboy, depois dessa versão para a origem de Luthor, o vilão era mostrado como um grande cientista e um gênio que poderia usar seus dons para o bem da humanidade, mas, por sua formação e por causa do acidente, transformou-se numa constante ameaça. Na revista Superman #292 (outubro de 1975), numa história em flashback, o Super-Homem relembra sua amizade com o jovem Luthor e pondera como a formação rígida e a criação restritiva do pai de Luthor podem ter causado o desvio no seu comportamento.

A versão atual de Lex Luthor, criada por Marv Wolfman e John Byrne no pós-Crise, lançou mão de um artifício totalmente original para o personagem. Luthor não era mais um vilão, mas um milionário que deseja manter o controle e o poder da cidade de Metrópolis. Órfão de pai e mãe, Luthor construiu sua riqueza em cima de seus talentos científicos no desenvolvimento de artefatos bélicos para o governo americano e com sua capacidade de manipular as pessoas. Nessa versão, Luthor é responsável (direta ou indiretamente) por mais da metade dos empregos de sua cidade e fica furioso quando os cidadãos metropolitanos começam a dedicar mais atenção ao seu novo campeão: o Super-Homem. Novamente, os motivos de Luthor são a inveja e o ciúme do Super-Homem.

Para compor o jovem Lex Luthor da série Smallville, os produtores Miles Millar e Alfred Gough fizeram uma mistura de todas essas versões. Da mesma forma que a versão pré-Crise esse Luthor perdeu os cabelos devido a um acidente com kryptonita “provocado” pelo herói kryptoniano e tem um pai castrador que o impede de perseguir seus sonhos. Lionel Luthor, o seu pai no seriado, é um milionário poderoso como o Lex do universo pós-Crise. O novo Luthor interpretado por Michael Rosenbaum também sente inveja e ciúmes de Clark Kent - não devido aos seus poderes, mas pelo carinho e amor que os Kents dedicam ao seu filho adotivo.

Jonathan (John Schneider) e Martha Kent (Anette O’Toole) são peças fundamentais da série Smalville e da mitologia do Super-Homem. Desde a sua versão original, apesar de todos os poderes e de tudo que ele podia fazer, o maior poder do Super-Homem sempre foi seu conhecimento instintivo do certo e do errado. E isso não é um presente de sua origem kryptoniana, mas um dom ensinado por seus pais humanos. O que tornou o Super-Homem interessante e tão popular por mais de 60 anos, não foi o “Super”, mas o “Homem”. Esse homem só veio a ser o que é graças a formação sólida e amável dada pelo casal Kent. No universo pré-Crise antes da criação do Superboy, Clark Kent havia perdido seus pais, Eben e Sarah Kent, por volta dos 20 anos e só então, com a morte deles, decide se tornar o Homem de Aço.

Nas antigas histórias do Superboy, Martha e Jonathan foram os principais incentivadores de sua vida como super-herói, para eles seus poderes eram para serem usados com sabedoria e correção. Dessa mesma forma, o Super-Homem dos quadrinhos atuais utiliza o alento de seus pais antes de tomar qualquer decisão difícil. Em Smallville, a série passa a atrair espectadores adultos por essa distinção que a faz lembrar muito a série Seventh Heaven. Bem diferente das outras séries adolescentes da atualidade que mostram os pais tão confusos quanto os filhos.

Outros personagens que migraram dos quadrinhos e estão presentes na série para ajudar e aconselhar o jovem Clark são seus amigos Pete Ross e Lana Lang. Ross é um personagem que não existia nas primeiras histórias do Homem de Aço, mas depois que foi criado em Superboy #86 (janeiro de 1961) passou a ter um papel importante na vida do jovem herói, tanto que ele se tornou o melhor amigo de Clark Kent e foi o único que soube o segredo da dupla identidade - apesar de até o fim do universo pré-Crise, o Homem de Aço nunca ter desconfiado disso. O mesmo deve acontecer no segundo ano da série Smallville, que começará em setembro nos EUA.

Alguns fãs reclamam da nova aparência física de Pete Ross na série, já que, nos quadrinhos, ele sempre foi ruivo, na série, ele é interpretado pelo ator negro Sam Jones III. Nas histórias pós-Crise, Pete continuou sendo o melhor amigo mas perdeu o privilégio de conhecer o segredo do herói para Lana Lang, com quem casou, recentemente, nos quadrinhos (Action Comics #700). Lana, só foi criada para suprir uma necessidade dos quadrinhos do Superboy, e no começo não passava de uma versão ruiva de Lois Lane, criada pelos editores para atazanar a vida de Clark Kent e Superboy.

Interpretada pela belíssima atriz canadense Kristin Kreuk, a Lana Lang da série Smallville faz o tipo boa moça do interior em contraste com a personalidade explosiva de Lois Lane, que na série Smallville, não aparece, mas tem uma réplica na melhor amiga de Clark Kent, Chloe Sullivan (Allison Mack), a editora do jornal estudantil.

Chloe além de ser da imprensa como Lois, ela é a mais incrédula e inteligente do grupo. São delas os comentários mais sagazes e as tiradas mais inteligentes, para ela todas as esquisitices da pequena cidade tem uma única origem: a chuva de meteoros que acompanhou a nave do pequeno Clark até Smallville. Os meteoritos de kryptonita cobriram a superfície do local e a radioatividade deles provocam todos os tipos de mutações. A maioria dos “vilões” da série são frutos desse ambiente diferente, mas para Clark o fragmento que o perturba mais é aquele que Lana carrega como pingente em homenagem aos seus pais. Como não podia deixar de ser, isso também teve origem numa outra versão do Garoto de Aço. No episódio The Great Kryptonite Caper, o último da série de desenhos animados produzidos pela Filmation Studios em 1966, Lana Lang também usa um colar de kryptonita.

Em contra-partida a essas incontáveis referências as encarnações prévias do Homem de Aço, Smallville consegue ser totalmente original com o seu personagem principal. Interpretado por Tom Welling, esse Clark Kent é com certeza a melhor caracterização que o Super-Homem já teve em toda história. Ao mesmo tempo que se mostra inseguro e confuso como a maioria dos adolescentes, Welling foi capaz de trazer um charme de garoto do interior que o personagem só teve quando foi interpretado por Christopher Reeve no cinema. Pela primeira vez em toda sua história Clark seus poderes tiveram um preço alto, toda a infelicidade e a destruição que a chuva de meteoros provocou-lhe a sensação de culpa ao ser abençoado. Esse sentimento transforma-se em uma força interior para salvar o dia. E, nessas cenas, é possível perceber no seu olhar a mesma determinação que o personagem tinha quando foi interpretado pelo lendário George Reeves na primeira série televisiva do personagem. Afinal independente das várias versões já vistas, ainda estamos falando do maior herói do planeta.

Fabio Marques
www.super-homem.com
Publicada originalmente na Revista SCI-FI NEWS #59, setembro de 2002

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Faster than a speeding bullet, more powerful than a locomotive, able to leap tall buildings in single bound...



O Maior de Todos

Há leitores que desdenham do Superman, mas é sempre bom lembrar que o gênero de super-heróis só existe porque ele foi criado. Confira nesta matéria a evolução do Homem de Aço nos quadrinhos

Por Fabio Alexandre Rocha Marques


A história do Superman, o primeiro e maior super-herói do mundo, começou bem antes de 1938, quando surgiu nas páginas de Action Comics 1. Fruto da imaginação de dois adolescentes judeus de Cleveland, o escritor Jerry Siegel e o artista Joe Shuster, ele foi criado em 1933 e teve um processo de desenvolvimento complicado e demorado.

Ainda no colegial, os autores publicavam um fanzine de contos de ficção científica chamado Science Fiction que era mimeografado e distribuído para os leitores pelo correio. No terceiro número, em janeiro de 1933, Siegel escreveu o conto The Reign of the Super-Man, sob o pseudônimo de Herbert S. Fine, ilustrado por Shuster. A história futurista lembrava 1984, de George Orwell, e era sobre um vilão careca com poderes mentais sobre-humanos que dominava uma cidade.

Inspirado até certo ponto pelos textos do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, Siegel era fascinado pelo conceito de um ser com habilidades fantásticas. Ao final do mesmo ano, com a ajuda de seu amigo Shuster, o roteirista transpôs o personagem para a mídia que estava tomando os corações e mentes dos jovens norte-americanos: as histórias em quadrinhos.

Para isso, desenvolveram uma nova versão. O vilão careca foi abolido, pois Siegel e Shuster sabiam que não teria apelo suficiente. Então, bolaram uma HQ completa com um herói de cabelos negros e força sobre-humana: The Superman. Empolgados, levaram a criação para um editor, que recusou o trabalho na hora! Segundo ele, apesar do óbvio talento de ambos, o personagem era fantástico demais para ter sucesso.

Revoltado, Shuster destruiu toda a revista. Sobrou apenas a capa. Mesmo assim, ele e seu parceiro acreditavam que o personagem eventualmente poderia vingar. Dessa forma, partiram para uma outra reformulação e uma nova mídia: as tiras de jornais.

A versão final do Superman surgiu numa noite de 1934, quando Siegel, febril, acordou no meio da madrugada com novas idéias tão fantásticas e que surgiam em sua mente tão rapidamente, que ele não conseguia voltar para a cama. Então, ele escreveu material suficiente para várias semanas em tiras de jornais e as levou para Shuster, que no mesmo dia as desenhou. 24 horas depois estava tudo pronto. Faltava “apenas” convencer alguém a publicar.

Agora, o Superman era um ser de outro planeta. Siegel foi um dos primeiros a criar um alienígena benevolente. Outra característica distinta dessa nova versão foi uso de uma identidade secreta. Tímidos, porém criativos, os autores eram o estereótipo do fã de ficção científica: imaginavam que mesmo atrás de uma aparência pacata, poderiam ter habilidades e poderes maravilhosos. Por isso criaram Clark Kent, um tranqüilo repórter de jornal cujo nome homenageava dois astros de Hollywood, Clark Gable e Kent Taylor.

Ao desenhar um personagem tão espetacular, Shuster imaginou que as roupas usadas por acrobatas circenses, coladas ao corpo e com uma sunga sobre as calças, seriam futuristas e definiriam bem o corpo superdesenvolvido. Com a intenção de fazer o herói “pular” para fora das páginas dos jornais, o desenhista usou as cores primárias da impressão colorida (vermelho, azul, preto e amarelo) e acrescentou uma capa para expressar movimento e velocidade.

Nos meses e anos seguintes à sua criação, o Superman foi apresentado a praticamente todos os editores de jornais e syndicates dos Estados Unidos, e foi sempre recusado. Apesar disso, Shuster e Siegel conseguiram empregos para criar histórias em quadrinhos para uma editora de revistas, a National Comics (atual DC Comics).

Certo dia, em 1938, as tiras do Superman estavam sobre a mesa de Sheldon Mayer, editor do McClure Syndicate, empresa que distribuía tiras para vários jornais norte-americanos, que estava tentando convencer seu chefe Max Charles Gaines a publicar a criação de Shuster e Siegel em algum periódico. Então, Jack Liebowitz, dono da National telefonou para Gaines em busca de novos personagens para uma nova revista chamada Action Comics.

M.C. Gaines enviou as páginas do Superman para Vin Sullivan, editor da National, que achou o personagem diferente e resolveu lhe dar uma chance. As tiras totalizaram 13 páginas e foram publicadas na edição de estréia da Action Comics.

O sucesso foi estrondoso. Os 200 mil exemplares de tiragem se esgotaram nas bancas e milhares cartas de leitores chegaram aos escritórios da National. Os distribuidores ficaram sedentos por novas revistas. Rapidamente, os editores perceberam que tinham algo grande nas mãos e pagaram a mísera quantia de 130 dólares pela primeira história e pelos direitos do Superman. Siegel e Shuster aceitaram em troca de um contrato de trabalho e exclusividade por dez anos.

Após sete edições, a revista que deveria trazer HQs de ação com vários personagens passou a ser só do Superman. Logo, todas as editoras de quadrinhos dos EUA miraram no novo gênero. Nos anos seguintes, dezenas de seres superpoderosos pintaram nas bancas. A Fawcett Comics bolou o Capitão Marvel em 1940; e a própria National, para ampliar os negócios, encomendou ao artista Bob Kane um outro herói. E surgiu o Batman, com a ajuda do escritor Bill Finger.

O Superman ainda não era o personagem de hoje. Ele não voava, apenas dava saltos enormes sobre os prédios de Metrópolis, baseada na cidade do clássico mudo de Fritz Lang. Também não era um campeão do politicamente correto – em muitas das primeiras histórias, tratava os vilões de forma irresponsável e perigosa. Vários terminavam machucados e praticamente aleijados! Para Siegel e Shuster, era uma punição justa pelos crimes cometidos.

Apesar de o herói nunca ter matado ninguém nessa época, a editora decidiu que ele deveria ter uma conduta mais condizente com seus poderes incríveis. Para tal, escalou Whitney Ellsworth como editor do personagem. Siegel e Shuster foram proibidos de produzir histórias em que o Superman fizesse uso excessivo de sua força.

Nessa época, o herói ainda não tinha visões de raios-X ou de calor. Esses poderes só surgiram com a série de rádio que ganhou em 1940, na Mutual Network. Dos coadjuvantes conhecidos atualmente, apenas Lois Lane apareceu desde a primeira Action Comics. Ela e Clark trabalhavam no jornal metropolitano Daily Star para o editor George Taylor.

Jimmy Olsen, Perry White e o Planeta Diário também seriam criados nos episódios de dez minutos da série radiofônica. Até a kryptonita, fragmento do planeta Krypton que explodiu, utilizado de forma ostensiva na atual série Smallville, foi apenas um artifício usado pelos escritores do rádio para dar uma semana de folga ao ator Bud Collyer, que fazia a voz do Superman. Assim, após ser afetado pelo minério alienígena, o herói ficou sete dias sofrendo e gemendo para os ouvintes – tudo feito por outra pessoa, enquanto o astro principal curtia seu merecido descanso.


Siegel e Shuster indignados

Apesar de avessos a tantas alterações no seu personagem original, Siegel e Shuster acabaram adotando algumas idéias criadas no rádio ou na série animada criada pelos Estúdios Fleischer veiculada nos cinemas em 1941.

Durante a Segunda Guerra Mundial, enquanto o Superman aparecia lutando contra nazistas e japoneses nas capas das revistas (isso não aconteceu nas histórias), Siegel e Shuster foram chamados para servir a pátria. Durante esse período, a National escalou outros escritores e artistas (destaque para Wayne Boring) para fazerem as aventuras.

Assim, sem o aval dos seus criadores, em janeiro de 1945, a editora publicou na revista More Fun Comics 101, uma história sobre a juventude do Clark Kent e o surgimento do personagem conhecido como Superboy. Ao voltarem do front, Siegel e Shuster ficaram enfurecidos com a liberdade tomada pela National e a processaram.

Eles ganharam a lide e embolsaram dez mil dólares, além de receberem um pedido de desculpa. Mas permitiram que a editora continuasse a publicar histórias com o Superboy. Na concepção original de ambos, Clark Kent só teria decidido se tornar o Superman quando seus pais adotivos faleceram, ou seja, já adulto.

Em 1948, aproveitando o fim do contrato de exclusividade e ressentida, a National demitiu Siegel e Shuster e montou uma equipe chefiada por Whitney Ellsworth para criar novas histórias do Homem de Aço. Três anos depois, Ellsworth foi substituído por Mort Weisinger, para que pudesse desenvolver o Superman para a TV.

Fã inveterado de ficção científica, Weisinger é responsável pelas principais inovações no personagem desde sua criação. Praticamente sozinho, criou as várias cores da kryptonita (em várias cores), a Supergirl (prima do Superman vinda de Krypton), Krypto, o Supercão, os vilões de Krypton, a zona fantasma, a Fortaleza da Solidão e Metallo, além de transformar Lex Luthor no maior inimigo do herói.

Nesse período, o Superman desenvolve novas habilidades e sua gama de superpoderes cresce de modo incrível. No final dos anos 50, passa a ter visões telescópica, microscópica e infravermelha, supersopro e – pasme! – superventriloquismo! Sua velocidade também aumenta absurdamente: além de quebrar a barreira do som, ele poderia ir mais rápido que a luz e até quebrar a barreira do tempo! Surgem ainda outros sobreviventes de Krypton, como toda a cidade de Kandor, miniaturizada pelo andróide Brainiac.

Logo, os fãs da personagem começaram a questionar: “Se tanta gente sobreviveu à explosão, como Jor-El e Lara, os pais do Superman, não conseguiram?” Essas inconsistências podiam passar despercebidas ao leitor casual, mas não para os que acompanhavam todas as revistas. Assim, as vendas começam a cair.


A primeira reformulação

Para resolver o problema da queda de vendas, a National colocou o editor Julius Schwartz para substituir Mort Weisinger, que estava se aposentando. Em 1956, Schwartz revolucionara os quadrinhos da editora ao desenvolver o conceito de Terras Paralelas para corrigir certos problemas da cronologia dos personagens. Assim, ele respondia a perguntas do tipo: “Se Clark Kent se tornou o Superman apenas adulto, na década de 30, como pode ter sido o Superboy antes disso, como foi mostrado nas HQs dos anos 40 e 50?”

A explicação era “simples”: o Superman de 1938 era uma versão do herói da Terra-2; e o corrente era o da Terra-1. Isso provocou novas histórias imaginárias, como a Terra-3, onde todos os heróis eram vilões e o único combatente do mal era Lex Luthor. Nos anos 60, ao criar a Liga da Justiça juntando todos os grandes personagens em um único título, Schwartz recuperou as vendas da editora.

Logo que tomou posse, em 1971, Schwartz trouxe o escritor Denny O’Neil, que tinha remodelado a Mulher Maravilha em 1968, para reformular o Superman. Para o editor, as vendas estavam em queda porque o personagem era poderoso demais e nada podia vencê-lo.

Então, na nova versão do herói, apresentada em Superman 233, o Homem de Aço teve seus poderes cortados pela metade por uma explosão nuclear que também transformou todas as kryptonitas do planeta em ferro. Além disso, Denny O’Neil e seus companheiros, Cary Bates e Elliot S! Maggin escreveram histórias com um pano de fundo mais social e utópico, em que o Superman deixava de ser salvador do mundo para se tornar um exemplo para os humanos.

Mas outras mudanças estavam a caminho. Em 1985, ao completar 50 anos, a DC Comics decidiu fazer uma limpeza na casa e corrigir todos os problemas de cronologia que as várias Terras trouxeram. Após tanto tempo, o universo de seus personagens tinha se tornado um emaranhado de histórias imaginárias, e muitos leitores achavam as histórias da editora eram confusas demais. Ou seja, era impossível pegar o bonde andando.

Por isso, o escritor Marv Wolfman e o artista George Pérez desenvolveram a minissérie de doze partes Crise nas Infinitas Terras, na qual o cósmico Anti-Monitor passa a destruir todas as Terras existentes. Os super-heróis e vilões das várias realidades se juntam para salvar o multiverso e, no fim, vários morrem e só uma Terra sobrevive.

Assim, tudo que aconteceu nos 50 anos anteriores foi jogado fora e todos os personagens foram reformulados.

Para a última história do Superman antes da “recauchutagem”, Schwartz convocou o britânico Alan Moore e o desenhista Curt Swan. Na trama imaginária (e não são todas?) Whatever Happened to the Man of Tomorrow? (O que aconteceu ao Homem do Amanhã?), o roteirista narra o que aconteceria se o Homem de Aço tivesse de enfrentar todos os seus inimigos de uma vez. A aventura é considerada a melhor do personagem em todos os tempos.

Com os novos rumos, em 1986 a DC começou a reformulação de seus personagens. Batman foi recriado por Frank Miller; George Pérez deu à Mulher-Maravilha uma nova origem, mais ligada à mitologia greco-romana; Mike Baron mudou radicalmente o estilo do Flash etc. Enquanto isso, o artista britânico radicado no Canadá John Byrne ficou com a tarefa mais ingrata: remodelar o herói mais antigo e mais emblemático da editora.

Conhecido por seu radicalismo, Byrne não deixou por menos. Na minissérie The Man of Steel (publicado aqui na revista em formatinho Super-Homem, da Abril), deu vida a um Superman mais plausível, menos poderoso, com diversas explicações para seus poderes e origens.

Entre as principais mudanças implementadas estavam: o fim de todos os sobreviventes de Krypton, do Superboy e das kryptonitas coloridas; um Clark Kent mais importante que o Superman; o surgimento de um novo Luthor, agora não mais um supervilão obcecado em destruir o Homem de Aço e conquistar o mundo, mas um mega-empresário no estilo de Cidadão Kane; e uma nova Lois Lane, mais preocupada com suas matérias para o Planeta Diário do que em descobrir a identidade secreta do herói. Além disso, nessa nova versão os pais adotivos de Clark Kent não morreram e estão presentes na sua vida, para ajudá-lo e aconselhá-lo.

Nessa nova fase, ainda em 1986, o Superman encontra a nova versão do Bizarro (sua duplicata imperfeita), aprende sobre sua origem kryptoniana e define seu relacionamento com o Batman. Agora, eles possuíam formas diametralmente diferentes de combater o crime; não eram mais amigos, mas nutriam um respeito profundo mútuo.

Enquanto as primeiras histórias pós-Crise iam sendo contadas, notava-se que John Byrne tinha uma missão: ser inovador e diferente de tudo feito antes, mesmo que isso implicasse em modificar o personagem. Assim, em outubro de 1988, na sua última história como escritor, Byrne fez o Homem de Aço matar pela primeira vez em 50 anos.

O Superman se torna júri, juiz e carrasco de três kryptonianos liderados pelo General Zod. Muitos fãs de longa data se sentiram traídos ao ver seu ídolo maculado e as vendas caíram drasticamente.

Na tentativa de reverter o quadro, dois anos depois, o editor Mike Carlin decide mexer com a eterna namorada do Superman. Lois Lane é pedida em casamento por Clark Kent e aceita sem saber ainda que ele era o herói – o que ocorreria após dois meses. A manobra surtiu efeito, as vendas subiram, mas nada comparado com o que viria a seguir...

Em 1992, durante uma das reuniões entre Mike Carlin e seus artistas e escritores, alguém sugere, brincando, matar o personagem. O editor gosta da idéia e encarrega seu time de desenvolver a trama. Liderado por Dan Jurgens, o grupo cria o vilão Apocalypse (Doomsday, no original), uma máquina de matar que destrói tudo que vê pela frente.

A mídia especializada, especialmente a Wizard americana, abraça a idéia e o burburinho se torna enorme. Nos meses que precedem a história, a morte do Superman passa a ser o assunto do momento, sendo discutido por apresentadores de TV e pessoas que nunca leram um gibi.

Quando a revista Superman 75 chega ao mercado, a procura é tão grande, que esgota seis tiragens, totalizando mais de quatro milhões de exemplares. Obviamente, a morte não seria definitiva. E seis meses depois, o Homem de Aço volta, mas não antes de a DC lançar quatro Supermen: um afro-americano, um adolescente, um ciborgue e outro alienígena.

Em 1993, essa versão pós-Crise foi adaptada para a TV em As Novas Aventuras do Superman. Tentando atrair também o público feminino, a série fica no ar por quatro anos e, em outubro de 1996, exibe o casamento do casal de repórteres, na mesma semana em que a revista The Wedding of Superman (O Casamento do Super-Homem, Abril) chega às bancas americanas.

No mesmo ano, a DC Comics lança a minissérie O Reino do Amanhã, escrita por Mark Waid e pintada por Alex Ross, que mostra o futuro do Homem de Aço. A história narra o retorno dos super-heróis mais velhos para lutar com uma geração de jovens combatentes do crime violentos e inconseqüentes.

Esse resgate nostálgico dos personagens clássicas firma-se como uma tendência no final dos anos 90 e início do novo século. Tanto que, em 2001, a Warner Bros. lança a série de TV Smallville, focada na adolescência do Homem de Aço e que retoma dezenas de elementos dos quadrinhos do Superboy pré-Crise, como o fato de Lex Luthor e Clark Kent terem sido amigos na juventude.

O sucesso foi imediato e duradouro. Tanto que começou a influenciar as HQs. Por isso, em 2003, a DC Comics reformulou de novo a origem do Superman, acrescentando os elementos de Smallville, na minissérie Superman – O Legado das Estrelas escrita por Mark Waid e desenhada por Leinil Francis Yu. A obra mistura todas as origens do herói. Alguns fãs gostaram, outros odiaram, afinal, a confusão para os leitores foi grande.

Para completar esse retorno ao universo pré-Crise, em 2005, a DC Comics lançou a megassérie Infinite Crisis (sairá este ano no Brasil pela Panini), comemorando o 20º aniversário de Crise nas Infinitas Terras. E a história trará uma enorme surpresa para os fãs da velha guarda do Superman.

Perto de completar 70 anos, o Superman – seja nos quadrinhos, nos desenhos animados ou no cinema – segue como um verdadeiro ícone da cultura pop mundial. A luta sem fim pela verdade, justiça e o american-way continua...


Dez grandes artistas do Super

Desde 1938, o Superman foi retratado por centenas de bons desenhistas. Confira dez dos maiorais em todos os tempos. A ordem do ranking? Que cada um faça a sua!




Joe Shuster

Com um traço simples, mas poderoso, concebeu visualmente o Superman, dando início à Era de Ouro dos quadrinhos de super-heróis.



Wayne Boring

Maior e melhor! Boring deu mais força física ao herói, transformando-o num verdadeiro Homem de Aço. Seu traço era mais rebuscado.



Curt Swan

O desenhista definitivo do Homem de Aço. Passou mais de 35 anos fazendo o herói, praticamente sem mudar uma linha do seu traço.



Neal Adams

Maior capista do Superman, dono de um traço anatomicamente perfeito, tornou o personagem verossímil.



Jack Kirby

Quando o Rei chegou à DC, em 1970, deu nova vida às HQs do Superman, criando Darkseid, os Novos Deuses e o conceito do Quarto Mundo.



José Luis García-López

Sucessor natural de Swan e Adams, a partir dos anos 70 foi responsável por toda arte para merchandising do Superman e do Universo DC.



John Byrne

Reformulou o personagem, recriando suas origens e remetendo-o de volta ao original de Siegel e Shuster, sempre com um traço marcante.



Dan Jurgens

Nos anos 90, Jurgens foi o responsável pela morte da Superman, pela saga do Superman Elétrico e pelo casamento do herói.



Alex Ross

Pintor hiper-realista, Ross, no final dos anos 90, fez um Superman tão realista que o personagem parecia estar vivo.



Jim Lee

Aclamado pelos fãs de quadrinhos, levou a revista mensal do Superman novamente ao topo das vendas no mercado norte-americano.


Muito além das páginas

Em tantos anos de combate ao crime, o Homem de Aço alçou vôos que o tiraram das páginas dos gibis e o levaram a várias outras mídias, como você confere abaixo.

Ano

Original

Descrição

Versão Brasileira

1940 a 1951

The Adventures of Superman

Série de rádio produzida pela Mutual/ABC/Columbia

1941 a 1942

Superman

 

Série animada de cinema produzida por Max Fleischer

Super-Homem

1948

Superman

Seriado de cinema produzido pela Columbia Pictures

Super-Homem

1950

Superman vs. Krypto-Man

Seriado de cinema produzido pela Columbia Pictures

O Homem-Atômico contra o Super-Homem

1951

Superman and the Mole Men

Longa-Metragem

Super-Homem e os Homens-Toupeiras

1953 a 1957

The Adventures of Superman

Série de TV

As Aventuras do Super-Homem

1966

It's a Bird, It's a Plane, It's Superman

Musical na Broadway

1966

The New Adventures of Superman

Série animada de TV produzida pela Filmation

As Novas Aventuras do Super-Homem

1973 a 1986

Super-Friends

Série animada de TV produzida pela Hanna-Barbera

Super-Amigos

1978

Superman: The Movie

Longa-Metragem

Superman: O Filme

1980

Superman II

Longa-Metragem

Superman II: A Aventura Continua

1983

Superman III

Longa-Metragem

Superman III

1987

Superman IV: The Quest for Peace

Longa-Metragem

Superman IV: Em Busca da Paz

1988

Superman

Série animada de TV produzida pela Ruby-Spears

Super-Homem

1988 a 1992

Superboy

Seriado de TV

Superboy

1993 a 1996

Lois & Clark: The New Adventures of Superman

Seriado de TV

As Novas Aventuras do Superman

1996 a 2000

Superman: The Animated Series

Série animada de TV produzida por Bruce Timm

Superman: A Série Animada

A partir de 2001

Smallville

Seriado de TV

Smallville: As Aventuras do Superboy

A partir de 2001

Justice League

Série animada de TV produzida por Bruce Timm

Liga da Justiça

A partir de 2005

Krypto the Superdog

Série animada de TV produzida pela Warner Bros.

Krypto, o Supercão

2006

Superman Returns

Longa-Metragem

Superman: O Retorno

Fabio Alexandre Rocha Marques é um dos mais ardorosos fãs brasileiros do Homem do Aço, mas como seus cabelos estão indo embora, está mais parecido com Lex Luthor. Sorte dele que já achou sua "Miriam Lane". 


Ensaio publicado originalmente na revista Wizard Brasil #31 pela Panini Comics Brasil editada por Sidney Gusman em abril de 2006.